Em entrevista concedida para a Carta Capital, o psiquiatra alagoano afirmou que é fundamental limitar a propaganda de jogos de apostas e educar os jogadores.
“Podem ser adotados mecanismos nas casas de apostas para detectar aqueles com comportamento de risco, estabelecer limites de gastos e indicar aos jogadores sinais de alerta de dependência”, sugeriu o psiquiatra.
Para Fernando, a criação de grupos confidenciais de apoio e de aconselhamento aos jogadores também é possível, especialmente para os mais jovens, que necessitam de educação financeira. “Estados Unidos, Canadá e Reino Unido investem na educação continuada a esse grupo prioritário. Noções financeiras também podem ajudar esses jovens a não cair em golpes e promessas de ganhos irreais”, explicou.
O psiquiatra também contou que os casos de ludomania, conhecidos como “viciados em jogar”, tem aumentado nos ambulatórios. Fernando explicou que os pacientes são, em sua maioria, homens jovens que buscam algum ganho extra nas apostas. “Os sonhos de uma vida melhor e mais interessante com acesso a bens permeiam os primeiros impulsos para jogar”.
São após esse primeiros impulsos que alguns jogadores começam a apostar de maneira mais compulsiva, enquanto outros perdem a mão ao longo do tempo. O psiquiatra também explicou que existe uma incidência maior de comportamentos compulsivos em pacientes com transtornos mentais. “Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, Transtorno Afetivo Bipolar e Transtornos Ansiosos podem estar relacionados a maior vulnerabilidade para compulsões em jogos de azar”.