O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), destacou a necessidade de o governo atentar-se aos possíveis excessos da Polícia Federal (PF) em suas investigações. O deputado também expressou seu descontentamento com a delação de Mauro Cid, ex-assistente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Sempre fui crítico, tanto no passado quanto no presente, da delação proveniente de réu detido. É consensual que delações de réus presos são questionáveis”, afirmou em conversa com o jornal Folha de S.Paulo na última noite de domingo, 17.
Lira mencionou: “O governo atual precisa estar atento aos excessos evidentes na PF. Questões que estavam anteriormente resolvidas têm surgido novamente de forma notória.”
Ele ainda esclareceu o papel da PF, dizendo, “A Polícia Federal não atua como promotor ou juiz, mas sim na condução de investigações. Após a finalização das investigações, seu papel deve encerrar. Existem agentes ultrapassando esses limites.”
O parlamentar reforçou também a importância de evitar uma “polícia política” ou uma força policial que atue sem restrições. Ele reiterou que a PF é uma entidade do estado, que deve obedecer às normas legais.
O deputado mostrou-se insatisfeito com a prática da PF em realizar acordos de delação sem a aprovação do Ministério Público Federal (MPF), citando o caso de Mauro Cid como exemplo.
“O Ministério Público é responsável pela ação. Se não estiver envolvido desde o início, como poderá seguir em frente? Ao ultrapassar seus limites, você começa a comprometer o sistema institucional brasileiro”, finalizou.
Fonte – Extra