Cúmplices da tragédia são todos os políticos, do Executivo e do Legislativo, que foram financiados em suas campanhas eleitorais pela Braskem, ao longo de mais de quatro décadas.
Não vale aqui o argumento de que isso aconteceu quando era legal – mesmo considerando apenas o dinheiro declarado oficialmente pelos candidatos.
Esse financiamento sempre foi imoral.
Não há almoço de graça: a empresa que dá dinheiro a um candidato torna-se sócia do seu mandato eletivo, da vontade do beneficiário da grana.
Quem recebeu sabia o que estava vendendo e fechou o negócio.
Sem hipocrisia: a Braskem, como todas as demais empresas que usam ou usaram esse caminho, o fez pensando no retorno para ela.
A empresa, estejam certos, se livrou de fiscalizações necessárias e sérias desde os tempos em que foi inaugurada por aqui, na década de 1970.
O dinheiro saiu com facilidade dos cofres da mineradora, até porque a vida da empresa ficou mais fácil por aqui.
Que a CPI que o senador Renan Calheiros, em boa hora, anuncia – a da Braskem – seja a grande chance de sabermos a história dos subterrâneos políticos da mineradora em terras alagoanas.
O material já revelado pela Odebrecht já é um bom começo.
Vamos botar a luz do sol sobre essas contas e negócios.
Avante!
Texto – Ricardo Mota
Fonte – Cada Minuto