O senador Renan Calheiros (MDB-AL) defende que a realocação da fábrica da Braskem, em Maceió, “imediatamente”, em função dos riscos que a indústria oferece à população.
Durante entrevista à Rádio CBN, nessa segunda-feira (04/9), o senador defendeu o encerramento de suas atividades industriais da empressa no bairro do Pontal da Barra, onde se encontra instalada e funcionando desde 1976.
Renan Calheiros avalia que não existe mais condições seguras de operacionalidade da fábrica da Braskem em Maceió depois do desastre provocado pela empresa com o afundamento do solo de cinco bairros da capital alagoana.
“A Braskem é responsável pelo maior crime ambiental no mundo, cinco bairros afundaram, outros estão correndo o mesmo perigo. De maneira, que não é mais possível que a empresa continue operando, como se nada disse tivesse acontecido, no Pontal da Barra”, afirmou.
“Estudos feitos pela Universidade Federal de Alagoas demostram que nós estamos tendo a continuidade do fenômeno da subsidência do solo nos Flexais e na Cambona. De forma que isso precisa ter um basta”, acrescentou, ao citar que outras localidades consideradas fora do mapa traçado pela mineradora, com a participação da Defesa Civil Nacional e de técnicos do Serviço Geológico do Brasil, estão sendo atingidas pelo “desatre”.
O senador criticou ainda o acordo que a Prefeitura fez com a petroquímica para receber R$ 1,7 bilhão de ressarcimento pelos danos causados ao município. “Esse acordo que o prefeito (JHC) fez com a Braskem é uma coisa inacreditável”, criticou.
Na entrevistas, Renan lembrou que esteve nos Flexais e os moradores demonstram a preocupação com as rachaduras nas casas, provocadas pelo afundamento do solo que também atinge a região, bem como a Avenida Marquês de Abrantes, em Bebedouro. “O problema é que a Braskem está querendo tratar, de forma diferente, os moradores dos Flexais, em comparação com as vítimas das outras localidades. Quer pagar uma indenização irrisória de R$ 25 mil por família com imóvel afetado”, observou.
“Essa mesma proposta, a Braskem quer fazer aos moradores da Cambona e de outros bairros que começam sofrer as consequências do mesmo fenômeno da subsidência. O afundamento do solo vai se ajustando, se retira o minério e não coloca nada em seu lugar é evidente que vai acontecer problemas de subsidência”, explicou o senador.
Renan Calheiros revelou ainda que esteve com o presidente da Petrobras, Jean Prattes e pediu para que a estatal só venda ou assuma a maioria das ações da petroquímica depois que as indenizações às vítimas sejam pagas“Isso precisa ser feito, para que tenhamos um encaminhamento de uma solução que atenda a todos e não apenas os interesses de poucos”.
Fonte – Jornal de Alagoas