O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está adotando uma abordagem diferente em relação às Medidas Provisórias (MPs), optando por transformá-las em Projetos de Lei (PLs) conforme um acordo estabelecido com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Este movimento visa a dar mais espaço para o debate e aprofundamento das propostas no Legislativo, em contraste com o caráter temporário e imediato das MPs. As informações foram do site Poder 360.
O acordo entre Lula e Lira foi firmado no final do primeiro semestre deste ano e começou a ser implementado no início deste mês, quando os trabalhos legislativos foram retomados. Conforme o entendimento, o governo encaminhará ao Congresso projetos de lei com urgência constitucional, que precisam ser debatidos e votados em um prazo de 45 dias.
Um exemplo prático dessa abordagem é o programa “Desenrola”, criado para a renegociação de dívidas. Embora tenha sido inicialmente publicado como Medida Provisória para entrar em vigor imediatamente, agora está sendo discutido pelos deputados como Projeto de Lei. Outra medida nesse sentido é a que instituiu o “Pacto Nacional pela Retomada de Obras na Educação”, voltada para reativar projetos educacionais paralisados em todo o país.
Das 12 medidas provisórias atualmente em discussão no Congresso Nacional, 6 são temporárias e têm prazos definidos de validade. Esse tipo de MP costuma tratar de situações emergenciais, como o envio de recursos a municípios afetados por desastres naturais, como chuvas intensas.
O acordo entre Lula e Lira tem relação com a discussão sobre o rito de tramitação das MPs no Congresso. Enquanto Lira critica o sistema atual, que exige a criação de uma comissão mista composta por deputados e senadores, há um impasse com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado. Esse impasse levou ao retorno das comissões mistas em março, após uma disputa institucional entre os líderes.
Um dos pontos que incomodavam Lira era a quantidade de MPs editadas pelo governo Lula. Transformar mais MPs em PLs é uma maneira de estender os prazos para discussão e análise, permitindo um debate mais aprofundado e uma tomada de decisão mais embasada em relação a propostas de importância para o país.
Fonte – Extra