O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), participou, nesta segunda-feira (21), do programa Roda Viva. Na entrevista, ele criticou a atuação do governo Bolsonaro na área de infraestrutura do país e afirmou que o Brasil se notabilizou ao longo dos últimos anos por suas obras paradas.
“Eles concluíram muita pouca obra, e eles fizeram muita pouca festa. Por isso perderam a eleição”, pontuou. Segundo ele, “o governo do presidente Bolsonaro investiu em quatro anos cerca de R$ 25 bilhões, apenas, em transportes, com recursos públicos. Isso é metade do que o governo federal investiu em 2012″.
“Esse ano nós estamos investindo mais de três vezes mais do que investiram no ano passado”, completa.
“Inimigo de ninguém”
Abordando a oposição política que representa ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), Renan minimizou evitou demonstrar incômodo com a entrada do PP de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, no governo federal.
“Eu não me considero inimigo de ninguém, mas somos adversários, sim. Todo presidente da Câmara tem seu papel, mas nenhum presidente de Câmara ou do Senado pode aprovar nada sozinho. O presidente (Lula) faz agora um esforço adicional para ampliar sua base. Acho que é inteligente o trabalho que faz e, do começo do ano para cá, nunca houve refluxo”, pontuou.
Sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou todas as provas que envolvem Lira na investigação sobre os kits de robótica, Renan comentou: “A decisão do STF precisa ser cumprida, mas o caso dos kits de robótica é um tema nebuloso e antigo. As pessoas lá sabem bem o que aconteceu, e é importante que aquela investigação, se não cumpriu os requisitos que a legalidade impõe, que seja feita outra investigação para que as coisas sejam esclarecidas. É isso que o povo alagoano espera”, afirmou Renan Filho, acrescentando que os kits teriam sido entregues em escolas que não tinham sequer energia elétrica.
Indicação ao TCE
Sobre a indicação de sua esposa, Renata Calheiros, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/AL), em dezembro do ano passado, o ministro negou que tenha havido nepotismo ou imoralidade. “A Renata tem uma participação muito importante no estado, e a vaga era de indicação da Assembleia Legislativa. Abriu o edital e ela se inscreveu. Eu apoiei, mas quem escolheu foram os deputados. Numa democracia, ninguém pode ser impedido de disputar uma vaga”.
Orçamento secreto
Renan disse que, apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido crítico ao orçamento secreto, entende que o repasse de emendas se faz necessário para conquistar apoio do Congresso Nacional. “Acho que o presidente deseja mudar o modelo, entretanto, na prática, você precisa colocar algo no lugar para ter uma relação sustentável dos poderes Legislativo e Executivo”, comentou.
Fonte – Cada Minuto