O ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida (Progressistas), teve uma carreira política meteórica, passando pelos cargos de vereador, deputado estadual, prefeito da capital alagoana e deputado federal. Almeida ainda deixou o Executivo municipal com alta aprovação popular, mas – nessa caminhada – não faltaram polêmicas, desgastes, acusações e gente sendo acusada por Almeida.
O maior dos desgastes veio na eleição municipal passada, quando após disputas internas na própria legenda, Almeida, na época filiado ao DC e com o apoio do deputado estadual Antônio Albuquerque (Republicanos), amargou uma derrota ainda no primeiro turno, tendo apenas 2,59% dos votos.
A última derrota eleitoral de Almeida soou como um sepultamento da carreira política de um comunicador carismático que chegou à Prefeitura de Maceió por conta de algumas alianças com uma elite na qual Almeida parecia um “estranho no ninho”, mas ao mesmo também em razão de seu talento em comunicação que preencheu uma lacuna daquela época. Mas, Almeida acredita ainda em seu potencial eleitoral. Evidentemente, a depender do cargo que almeje, não é de se ignorar sua capilaridade.
Quanto a não ter tido êxito na disputa pelo Executivo, contribuiu para isso a campanha franciscana e uma série de erros políticos, além de polêmicas, que ajudaram a empurrar Almeida da condição de um campeão de votos para esta derrota que parecia, naquele momento, sepultar a sua carreira política. Evidentemente, era também um outro momento, ainda que com os mesmos caciques.
Desde então, o ex-prefeito da capital alagoana optou muito mais pelo silêncio do que por aparecer. Almeida saiu dos holofotes.
Agora, com a proximidade de um novo pleito, Cícero Almeida se coloca como um possível “player” dentro do Progressistas. Em entrevista ao Canhão Podcast, Almeida se diz “disposto a voltar à política para contrariar algumas pessoas”. É válido lembrar que o ex-prefeito é um hábil comunicador, conhecedor de como funciona os métodos da imprensa.
Logo, ele sabe onde jogar as suas frases de efeito em busca da repercussão desejada. Por vezes, é verdade, cavou discussões e brigas com algumas declarações abruptas, como as que enfrentou quando estava no DC.
Mas, este é Cícero Almeida, o político meteórico que agora parece tentar construir seu retorno. A aposta, segundo ele mesmo, é concorrer à Prefeitura de alguma cidade da Região Metropolitana de Maceió. Caso não haja esse espaço, Almeida não descarta disputar uma das cadeiras da Câmara Municipal de Maceió (creio ser o mais provável).
Almeida diz que voltaria à Casa de Mário Guimarães, onde ocupou o primeiro cargo eletivo, com “humildade, onde teria ficado lá por muito tempo”. Como as frases de efeito não faltam a Almeida, ele coloca também: “Vou ser um canhão lá dentro, coisa que hoje não tem, é todo mundo calado”.
Cícero Almeida retomou o verbo com críticas ao governador Paulo Dantas (MDB) por conta da Saúde em Alagoas: “Vamos cuidar do nosso povo, eles não estão morrendo por causa da Dengue, Covid ou vírus, mas pela falta de atenção. Isso envolve município, estado e país”.
O ex-prefeito também falou sobre o chefe do Executivo municipal atual, João Henrique Caldas, o JHC (PL): “Ele tem um ano de madeira para rodar e chegar a 82,4%, que a votação que nós tivemos. Agora é preciso ir na periferia e acompanhar o sofrimento do povo. Tem que ir na região sul de Maceió, porque depois da linha do trem dá vergonha”.
Sobre as polêmicas que se fizeram presente em sua carreira política, a mais barulhenta talvez tenha sido a suspeita da participação na Máfia do Lixo e – quando deputado estadual – ter tido o nome citado durante a Operação Taturana da Polícia Federal. Almeida diz que a Justiça foi feita e destacou ter sido inocentado em relação à Máfia do Lixo.
Sobre Taturana, diz Almeida: “Quem se envolveu da pior forma possível já está liberado. O MP sabe que não tenho nada a ver. Eu fui basicamente forçado a tirar o empréstimo no banco rural e não usufrui de nenhum centavo”. Forçado? Por quem?
Fonte – Cada Minuto