O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP; foto), elogiou a decisão de ontem do Conselho de Política Monetária (Copom) em cortar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual.
Lira teceu elogios em especial ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e à autonomia do BC, aprovada pelo Congresso na gestão Bolsonaro.
“Todo mundo fez o dever de casa, então é natural que haja o corte na taxa de juros”, disse o presidente da Câmara em declaração ao blog da Daniela Lima, do G1.
“O Banco Central independente é importantíssimo para o país. Nesse cenário, não havia porque ele não continuar com o ambiente econômico também”, acrescentou.
Sobre o presidente do BC, Lira disse: “Foi técnico agora como foi lá atrás. E mais: veio de maneira natural”.
Campos Neto foi voto decisivo a favor da redução de 0,5 ponto percentual, aprovada por 5 votos a 4.
Os outros quatro membros do Copom que votaram por esse corte foram Carolina de Assis Barros, Otávio Ribeiro Damaso e os dois indicados de Lula, Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino Santos.
O voto vencido, por uma redução de apenas 0,25 ponto percentual, contou com o apoio de Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes.
A decisão deixou a equipe econômica de Lula (PT) aliviada, mas surpreendeu o mercado financeiro, que esperava um corte mais tímido no início do ciclo de baixas.
“O conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue consistente com um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres”, afirma o comunicado do Copom para justificar o corte.
Entretanto, o conselho ressalva que a inflação permanece acima da meta.
“Não obstante o arrefecimento dos índices de inflação cheia ao consumidor, antecipa-se uma elevação da inflação acumulada em doze meses ao longo do segundo semestre. As medidas mais recentes de inflação subjacente apresentaram queda, mas ainda se situam acima da meta para a inflação”, disse o comunicado.
O corte veio após meses de contenda entre o Banco Central e o governo federal. O patamar de 13,75% ao ano, o mesmo desde agosto de 2022, inflamou a relação.
O governo tem feito pressão para a redução paulatina com reiterados ataques de Lula e seus aliados à integridade de Campos Neto e à autonomia do BC.
O entendimento é que a baixa é essencial para atrair investimentos, gerar empregos e estimular o consumo.
Fonte – O Antagonista