A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-SP), revelou em entrevista a “O Globo” que faltou compreensão ao Congresso Nacional ao causar restrições à gestão do Cadastro Ambiental Rural e a Agência Nacional das Águas, quando da aprovação da Medida Provisória que reestruturou ministérios e outros órgãos do governo Lula (PT).
O deputado Isnaldo Bulhões (MDB/AL), líder do seu partido na Câmara e relator da MP, se explicou sobre críticas da ministra sobre a “existência de uma parte negacionista em relação às mudanças climáticas e ao desmatamento”, alegando que as medidas do Legislativo tiveram o aval do presidente Lula:
“Marina está totalmente equivocada. Não houve qualquer esvaziamento do ministério dela. Se ela acha que houve, não está na mesma página do governo. Tudo o que está na MP foi fruto de entendimentos. Ela fala que há falta de compreensão do Congresso. Isto pode existir, sim, mas de uma pequena parcela radical. O texto teve apoio e foi avalizado pelo presidente Lula.”
E disse mais o parlamentar alagoano:
“Não posso reclamar de falta de debates com a Marina, que sempre dialogou comigo. Mas a interpretação de esvaziamento não é real e é prejudicial para o país. Todas as ações de preservação ambiental foram preservadas no texto. Só não pode uma ministra do Meio Ambiente achar que pode ser responsável pela estrutura de segurança hídrica, um dos objetivos dela.”
Isnaldo Bulhões foi mais além:
“Isso é atribuição histórica do Ministério da Integração que tem condições e verbas para tal. Ela queria ampliar o poder, isso sim. O meu maior desafio, durante os diálogos da MP, deixei sempre claro, era dialogar em meio às disputas de poder e espaços. A mesma Marina que fala isso, conseguiu editar a medida 1161, ultrapassando seus limites.”
Fonte – Blog do Flavio Gomes de Barros