Adeg informa: substituição na equipe que se opõe ao governo. Sai Bolsonaro, que mal tocou na bola enquanto esteve em campo. Entra Tarcísio de Freitas com a braçadeira de capitão.
(Adeg era Administração dos Estádios do Estado da Guanabara. Nos anos 60, o município do Rio pertencia à Guanabara. E Washington Rodrigues era o locutor oficial do Maracanã.
Com sua voz grave, ele calava as torcidas ao anunciar a troca de jogadores e informar o placar de jogos disputados em outros estados. Só nos anos 70 o rádio de pilha popularizou-se no Brasil.)
Tarcísio, governador de São Paulo, tem um encontro marcado, hoje, com Bolsonaro. Tentará convencê-lo das vantagens da reforma tributária, que começa a ser votada logo mais na Câmara.
E vai pedir que Bolsonaro pare de telefonar para deputados orientando-os a votar contra a reforma. Não faz tanto tempo que Tarcísio, governador de São Paulo, também era contra.
Ele chegou a reunir 70 deputados federais para dizer que a reforma prejudicaria São Paulo. Anteontem, desembarcou em Brasília com a mesma posição, mas depois de muitas reuniões ficou a favor.
Reuniu-se com colegas governadores, com o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, com o relator do projeto da reforma e com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.
Tarcísio sentiu que seu partido, o Republicanos, não negará votos para aprovar a reforma, que o PL, de Bolsonaro e de Valdemar Costa Neto, também não, e que ela, afinal, será aprovada.
Se não for hoje, será na próxima semana. Mas se depender de Lira, será hoje, mesmo que a votação só acabe na madrugada de amanhã. Então, por que sair de campo derrotado?
Tarcísio sairá como vencedor, tendo demonstrado mais uma vez que é um homem que sabe compor, em contraste com Bolsonaro, que aposta e sempre apostará no “nós contra eles”.
Bolsonaro foi reprovado no primeiro teste para líder da oposição apesar de inelegível por 8 anos. Costa Neto ainda crê que ele poderá ser um cabo eleitoral de luxo nas eleições de 2024 e 2026.
Engana-se quem pensa que Bolsonaro poderá se reinventar. Quantas vezes não se esperou que tal milagre acontecesse? Como líder capaz de arrebatar multidões, ele já era.
Nos anos 70, o cadete 513 da Academia Militar das Agulhas Negras só se destacou em provas de corrida de curta distância. Ganhou o merecido apelido de “Cavalão”.
Fonte – Metrópoles