A dificuldade na tramitação da agenda econômica na Câmara dos Deputados é também um recado dos parlamentares ao presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL). Colegas parlamentares, principalmente do Sul e Sudeste, estão insatisfeitos com algumas decisões. A primeira insatisfação é que Lira tem o hábito de priorizar o envio de recursos para seu estado, Alagoas, em detrimento de outros. “Ele pega primeiro o dele e deixa o pessoal na mão”, afirmou um dos detratores do presidente da Câmara.
Um exemplo é uma recente liberação de verbas do Ministério da Saúde. Foram autorizados 465 milhões de reais em emendas. Desses, 107 milhões de reais irão para Alagoas, estado mais beneficiado.
A outra reclamação é referente ao Conselho Federativo, colegiado que prevê recolhimento e distribuição de tributos para estados e municípios, com o argumento de perda de autonomia. A proposta também divide governadores, ainda que tenha conquistado a simpatia de Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Lira quer mostrar autoridade e beneficiar os estados do Nordeste. Ele só pensa no próprio umbigo”, completou outro desafeto.
Mesmo com a tentativa de desmoralização por seus pares, Lira sinalizou que a reforma tributária começará a ser discutida em plenário nesta quarta-feira, 5, e tem previsão para a votação em primeiro turno na noite seguinte. O andamento da pauta ocorre com dois dias de atraso do plano original de Lira. Seguem travadas as votações do Projeto de Lei do Carf e a aprovação do arcabouço fiscal, pautas prioritárias do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Fonte – VEJA