Não é mais especulação. A Novonor e a Unipar vão agora para a próxima fase da negociação do controle acionário da Braskem.
Em fato relevante divulgado ao mercado, a Unipar (maior produtor de cloro e soda da América do Sul) informou nessa 3ª feira (04/7) que a Novonor (ex-Odebrecht), aceitou o modelo de sua proposta para aquisição de suas ações da Braskem.
No seu primeiro fato relevante sobre a transação a Unipar deixa claro que antes da conclusão das negociações espera que a Braskem chegue um acordo final sobre os danos geológicos em Alagoas. Na prática isso quer dizer que a Unipar pode comprar Braskem deixando o passivo ambiental no estado para os atuais acionistas.
O avanço das negociações noticiado nesta terça, levou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) a fazer um novo alerta sobre o risco da Braskem dar um “calote” nas vítimas o acidente geológico provocado pela mineração de sal-gema que provocou o afundamento do solo em vários bairros de Maceió
Bem informado, como poucos sobre as negociações de venda da companhia, Renan Calheiros, volto a usar as redes sociais para divulgar o comunicado da Unipar/Novovor e alertar para o risco de “calote”.
“A Braskem avança no acordo excludente com Maceió de 1,7 bi. Estabelece, assim, um parâmetro diante da Chernobyl brasileira. Mas a conta não para aí. A empresa deve ao Estado, deve à região metropolitana, às vítimas e aos Flexais. Nenhuma negociação pode ignorar esses passivos”, disse no Twitter.
Negociação
O possível acordo de compensação entre a prefeitura de Maceió e a Braskem pode excluir o Estado e as vítimas, de acordo com Renan Calheiros.
Parte o acordo entre prefeitura e companhia já está em execução, através de obras, a exemplo do alargamento de ruas na Avenida Durval de Goes Monteiro (Tabuleiro), implantação de ciclovias e semáforos inteligentes. De acordo com a Braskem os investimentos em mobilidade urbana chegam R$ 360 milhões.
De fora
Em reportagem do dia 30 de junho deste ano o jorna Valor Econômico revela que “Braskem e a Prefeitura de Maceió estão costurando mais um acordo de compensação relativo ao afundamento do solo em bairros da capital alagoana, que hoje gira em torno de R$ 1,7 bilhão”.
De acordo com o jornal, fontes próximas às negociações em Maceió confirmam que “o valor se refere a perdas, inclusive arrecadatórias, que o Município sofreu por causa do problema geológico e já vinha sendo negociado há muitos meses”.
A reportagem informa, ainda que sem considerar esse acordo adicional, os gastos da Braskem com “os problemas em Alagoas”, somam cerca R$ 13 bilhões, entre recursos já desembolsados e saldo de provisão. Procurada, a Braskem não comentou o assunto.
Fonte – Jornal de Alagoas