A deputada estadual Cibele Moura repudiou e afirmou que vai entrar com um processo por xenofobia contra um professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro, Rodrigo Lamas, após um comentário feito por ele com ataques aos nordestinos no Twitter.
Cibele repostou e comentou uma postagem feita pela vereadora por Maceió, Teca Nelma, sobre o episódio dos quatro cavalos da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL), que foram filmados fugindo, assustados com o barulho de fogos e rojões. Os animais foram flagrados, na última sexta-feira (23), correndo na Avenida Antônio Gouveia, na Orla de Maceió, no bairro da Pajuçara.
“ Essa cena é um absurdo. Precisamos vencer a batalha para abolir os fogos com estampidos em Maceió e Alagoas!”, escreveu Cibele Moura ao repostar o post de Teca Nelma.
Algum tempo depois, o professor da FGV inseriu um comentário ofensivo, atacando os nordestinos.
“Parabéns para vocês que vendem o São João como a festa do nordeste. Fazem o que sabem fazer como nordestinos: uma merda atras da outra, darem prejuízo e pedirem dinheiro da união. Seriam melhores indo para a puta que os pariram, sem volta, e não mais enchendo o saco”, postou Rodrigo Lamas.
Após o post de Lamas, dezenas de internautas repudiaram a fala do professor. Cibele Moura tirou um print da postagem e disse aos seus seguidores do Twitter que irá entrar com processo contra ele por xenofobia.
“Vou responder esse comentário com print para que não seja apagado. XENOFOBO!! Pessoas como você Rodrigo Lamas são a escória da humanidade”, respondeu a parlamentar alagoana.
Rodrigo Lamas não apagou o comentário, retuitou o post de Cibele e pediu perdão à deputada pelo “post equivocado”.
Xenofobia é um tipo de preconceito caracterizado pela aversão, hostilidade, repúdio ou ódio aos estrangeiros ou pessoas de outra região. Normalmente é baseado em fatores históricos, culturais, religiosos, dentre outros.
Em novembro de 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) passou a considerar como crime de racismo os atos que discriminam brasileiros que vivem no Nordeste. Previsto na Lei Nº 9.459/97, enquadra aqueles que possam vir a praticar, induzir, incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Além disso, quem comete xenofobia é passível a reclusão de um a três anos e multa. A decisão foi tomada após as manifestações que ocorreram no decorrer da campanha eleitoral, do mesmo ano, e que proliferaram atos e ações de xenofobia.
Em nota, divulgada neste domingo (25), o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) informou que a Promotoria de Justiça Criminal irá instaurar uma notícia de fato para apurar o caso. O órgão afirmou que o procedimento será adotado a partir do dia 3 de julho, na volta do recesso.
Leia a nota, na íntegra:
Sobre o tuíte publicado pelo professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, Rodrigo Lamas, a respeito da sua suposta fala de xenofobia contra o Nordeste, o MPAL informa que, na volta do recesso, a partir de 3 de julho, uma promotoria de Justiça criminal irá instaurar uma notícia de fato para apurar o caso.
A declaração do professor fez referência ao post publicado pela deputada estadual alagoana Cibele Moura, nesse dia 25, que condenou o barulho causado por fogos de artifício que assustam animais.
Xenofobia é crime
Desde novembro de 2022, a xenofobia passou a ser crime. A decisão foi do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que passou a considerar ato ilícito tanto o racismo quanto os atos que discriminam brasileiros que vivem no Nordeste. Eles estão previstas na Lei nº 9.459/97, que enquadra aqueles que possam a praticar, induzir, incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Fonte – Cada Minuto