O PT quer empurrar a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PC do B) para as eleições de Maceió, com um candidato do grupo à Prefeitura. A ideia é repetir em Alagoas a polarização nacional Lula x Bolsonaro, trazendo o presidente para o palanque e agregando o ex-presidente da República ao prefeito JHC (PL).
O deputado Ronaldo Medeiros e a jornalista Elida Miranda, ambos do PT, são os nomes cogitados. A intenção do Palácio República dos Palmares é encher a disputa de governistas, para diminuir o favoritismo de JHC.
Já o PT busca garantir a reeleição do vereador Doutor Valmir, na Câmara.
“Queremos discutir um projeto de cidade para Maceió e logicamente esse debate será feito internamente na Federação e junto ao bloco do governador Paulo Dantas, ouvindo a sociedade civil e os movimentos sociais,” disse o presidente do PT -Maceió, Marcelo Nascimento.
A pulverização de nomes governistas foi adotada nas eleições de 2020, favorecendo principalmente o candidato do governo, Alfredo Gaspar de Mendonça, que perdeu a eleição no segundo turno para JHC, mudou de lado no ano passado e foi o deputado federal mais votado na capital. Mendonça é vice líder do União Brasil na Câmara.
Também nas eleições de 2020 o PT lançou Ricardo Barbosa, que ficou em 7º lugar (2,33% ou 8.905 votos). O PC do B também, com Cícero Filho (0,90% ou 3.427 votos).
Em 2024, os calheiristas buscam viabilizar a candidatura do deputado federal Rafael Brito ou do deputado estadual Alexandre Ayres. Circula ainda o nome do ex-deputado Lobão (Solidariedade), possivelmente vice ou ainda cotado para a Câmara de Vereadores.
Ayres disse ao EXTRA que seu título eleitoral continua em Marechal Deodoro. “Não tenho pensado nisso e não é o momento”, disse.
Mas, aos poucos, o parlamentar está se inserindo nos assuntos do momento em Maceió, como o afundamento dos bairros atingidos pela mineração da Braskem, o desassoreamento das lagoas Mundaú e Manguaba, mobilidade e planejamento urbano para os próximos 20 anos. Neste caso, a atualização do plano diretor.
Rafael Brito quer nacionalizar o próprio nome através da CPMI do 8 de janeiro, que investiga a destruição de prédios públicos em Brasília. Foi o primeiro parlamentar a inquirir Silvinei Vasques, exdiretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“Apesar de querer reconstruir a cronologia dos fatos, o ex- diretor não esclareceu nenhuma das perguntas que eu fiz! Seguirei em busca de luz às lacunas que precisam ser preenchidas, buscando trazer os fatos e a verdade à tona para que a sociedade fique ciente de tudo aquilo que aconteceu. Fiquem certos que iremos apurar em cada investigação e cada depoimento!”
Além de Rafael Brito e Alexandre Ayres, a deputada Cibele Moura também vem recebendo atenção do grupo palacista. O pai Abrahão disputa a reeleição em Paripueira. A mãe, Emanuelle quer voltar para o comando da Prefeitura de Barra de Santo Antônio.
É provável que Cibele Moura possa ser a escolhida do grupo para que seu nome cresça e, nas eleições de 2026, arrisque uma vaga na Câmara Federal.
O bisavô de Cibele, Abrahão, era deputado federal quando teve o mandato parlamentar cassado pela ditadura, na década de 60.
O PSB também se articula para disputar Maceió. As duas lideranças mais visíveis são a presidente Paula Dantas e o vice, Vitor Pereira, personagem que agrega muitos poderes dentro do Executivo com pontes na Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça, com aval do governador.
O PDT, liderado por Ronaldo Lessa, vice de Paulo Dantas, prepara os diretórios municipais e constrói, com o PSB, lançamento de um nome na capital.
Fonte – Extra