Na noite do último domingo (18), o vereador de Maceió, Rodolfo Barros (PSB), utilizou as redes sociais para responder e criticar o senador Renan Calheiros (MDB) sobre sua atuação lidando com a tragédia da Braskem, em Maceió.
Calheiros, em sua rede social, criticou a aliança política entre o prefeito de Maceió, JHC (PL), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). O senador acusou os dois políticos de “abandonarem” as vítimas da Braskem e criticou a possível colocação de um depósito de ácido sulfúrico no porto da capital alagoana.
“Veja o fruto da aliança entre JHC e Arthur Lira. Depois de abandonarem as vítimas da Braskem querem transformar Maceió em Chernobyl. Agora querem nos intoxicar com bombas químicas. Resta saber se a Megalic fez os tanques tóxicos”, disse o político.
Então, o vereador Rodolfo Barros rebateu, acusando Calheiros de omissão durante o crime ambiental, acusando, também, seu filho, Renan Filho, que era o governador do estado na época.
“Suspeito que o sr esteja com perda de memória. Foi omisso no crime da Braskem, assim como seu filho que era governador. Realmente, o melhor caminho é a sua aposentadoria, pelo bem de AL. Uma pergunta, senador: Leu o texto do UOL? A licença quem dá é o IMA (Governo). Leia de novo!”, rebateu.
Entenda o caso
Políticos e especialistas da área ambiental têm se mostrado preocupados com a instalação do depósito no Porto de Maceió. A Câmara de Maceió criou uma frente parlamentar contra o armazenamento e o Ministério Público de Alagoas abriu um procedimento para analisar o projeto.
O maior receio é sobre o impacto que um vazamento deste tipo de produto poderia acarretar nas áreas próximas.
“A gente ainda precisa de mais informações para avaliar todos os impactos. Se você questionar viabilidade econômica, claro que o empreendimento pode ser interessante, mas tem que considerar um equilíbrio. Risco potencial sempre vai ter, por isso ele tem que ter todas as ações de mitigação”, afirma Josué Carinhanha Caldas Santos, professor do Instituto de Química e Biotecnologia da UFAL.
“O risco é porque a gente sabe que o ácido sulfúrico, quando em contato com a água, gera muito calor e gases, que podem gerar asfixia. Em um vazamento, isso pode gerar uma nuvem tóxica e, chegando a hotéis com sistemas de ar-condicionado, causaria um problema ambiental gigantesco”, completa Dilson Ferreira, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFAL.