A diretora-financeira do Hospital Veredas, Pauline Pereira, rebateu – por meio de nota – as declarações da procuradora-geral do Estado de Alagoas, Samya Suruagy, que falou sobre os débitos do governo estadual com a unidade hospitalar. Suruagy disse – em outras palavras – que o problema dos débitos são fruto de uma herança da gestão passada.
Ou seja: débitos deixados pelo sucessor do governador Paulo Dantas (MDB), que é o ex-governador e atual ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), um dos principais aliados de Dantas, diga-se de passagem.
Pereira, na nota encaminhada à imprensa, foi enfática: “Não importa quem é o governador que esteja no cargo. A dívida é do Governo Estado, ente que não deve, nem pode fugir às suas responsabilidades divulgando versões distorcidas da realidade por meio de seus membros com o intuito de confundir a opinião pública”.
O “por meio de seus membros”, no caso, é uma referência indireta à procuradora-geral do Estado, Samya Suruagy.
De acordo com Pauline Pereira, o governo de Alagoas deve ao Hospital Veredas cerca de R$ 18,7 milhões, “somente em termos de notas fiscais emitidas em 2023”. Isso significa dizer que são valores já da gestão de Paulo Dantas, demonstrando uma versão diferente daquela pontuada por Suruagy em entrevista ao jornalista Marcos Rodrigues, da Gazetaweb.
Pereira ainda afirma que são cerca de R$ 6,5 milhões em débitos já auditados, mas ainda não pagos pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
“Toda a documentação comprobatória desta dívida já foi apresentada à atual administração estadual e está ao inteiro dispor do Governo, dos Ministérios Públicos e dos organismos de controle externo. A direção do Hospital Veredas trabalha com a verdade e está expondo o que é correto à sociedade alagoana, maior prejudicada com estas dívidas não pagas pelo Governo”, coloca Pereira.
A diretora-financeira assume que o governo de Dantas está correto ao explicar que pagou cerca de R$ 66 milhões em serviços prestados pelo Hospital Veredas, mas afirma que é uma média de R$ 5,6 milhões por mês referentes a “valores não oriundos de nenhuma emenda parlamentar estadual ou federal”.
Pereira relata que, já nesse ano, “atendendo mais pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Veredas recebeu somente R$ 6,052 milhões, que dá uma média de R$ 1,08 milhão por mês. “Muito pouco. Tal discrepância e incoerência nos pagamentos podem ser aferidas, inclusive, com uma simples consulta no Portal da Transparência do próprio governo”, frisa a nota encaminhada à imprensa.
A diretora-financeira ainda alfineta: “O governo ou está equivocado ou desconhece suas próprias contas, quando diz que não há débitos da atual gestão exercida pelo governador Paulo Dantas. Isto é uma inverdade!”. Traduzindo em miúdos: Pauline Pereira pontua que o governo Dantas mente. Será?
“Repetimos: somente em 2023, há cerca de R$ 6,5 milhões em débitos já auditados, mas ainda não pagos ao Hospital Veredas. No total, a dívida é de quase R$ 18,7 milhões, como afirmado acima”, escreve a gestora, destacando ainda que houve uma reunião entre hospitais filantrópicos, governo e Ministério da Saúde. Nesse encontro, todas as unidades relataram débitos do Executivo estadual relativos a cerca de 10 meses de atendimentos feitos pelo SUS.
Pauline Pereira ainda alerta: “Seus integrantes, ou efetivos ou comissionados, podem inclusive sofrer consequências legais se propagarem mentiras. Ao não aceitar o fato de que o Estado deve quase R$ 19 milhões ao Hospital Veredas, Paulo Dantas e sua equipe insinuam que o “calote” ao Hospital Veredas é mais uma “obra” de seu antecessor, Renan Filho (MDB)”.
Ainda é possível ler na nota o seguinte: “Se há divergências entre o atual e o ex-governador, nem a população que depende do SUS, nem os trabalhadores do Hospital Veredas, não têm nada a ver com os bastidores políticos da transição entre as gestões. Direcionar o não pagamento para pauta política não resolverá o problema, que ocorre há tempos devido unicamente à inadimplência do Executivo Estadual”.
“Enquanto diretora financeira do Veredas, estamos solidários ao nosso público atendido e, especialmente, a nossos funcionários. Estes são trabalhadores e trabalhadoras que merecem respeito e precisam receber os seus vencimentos. Para isso, é fundamental que o Governo de Alagoas pague o que deve ao Hospital.
Por fim, lamentamos as falas descabidas da atual Procuradora Geral do Estado, Samya Suruagy do Amaral, profissional que tem o dever de preservar a institucionalidade de seu cargo, honrar a defesa da probidade e não fazer ilações políticas ou deduções ilógicas diante de fatos concretos”, finaliza Pauline Pereira.
Pronto! Agora, só falta Renan Filho falar sobre o assunto e explicar por que ou se saiu de fato devendo como disse ninguém mais, ninguém menos, que o governo de Paulo Dantas…
Fonte – Cada Minuto