A Câmara dos Deputados recebeu um novo pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto foi apresentado na 3ª feira (6.jun.2023) pelo deputado Sanderson (PL-RS) e recebeu o apoio de outros 47 deputados. Na lista, estão 4 deputados filados ao MDB, PSD e União Brasil, que comandam ministérios na Esplanada do chefe do Executivo.
São eles: deputados Thiago Flores (MDB-RO), Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), Delegado Palumbo (MDB-SP) e Sargento Fahur (PSD-PR). Eis a íntegra do pedido (978 KB).
Cada uma das siglas tem 3 cadeiras na Esplanada de Lula. O União Brasil comanda o Turismo, Integração Regional e Comunicações. O PSD chefia as pastas de Minas e Energia; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e Pesca. O MDB tem titulares à frente do Planejamento, Cidades e Transportes.
A justificativa do pedido cita a visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro e a indicação do advogado Cristiano Zanin Martins, 47 anos, ao STF (Supremo Tribunal Federal). O advogado defendeu Lula durante a operação Lava Jato.
Sobre Maduro, os deputados afirmam que Lula “violou o princípio” de repúdio “ao terrorismo e ao racismo” ao receber o político venezuelano. Dizem ainda que o presidente brasileiro “atentou contra a segurança interna do país” porque Maduro teria ingressado “com suas aeronaves com os sistemas de rastreamento desativado”.
Os deputados chamam Maduro de “narcoterrorista”. Criticam o fato Lula ter afirmado que a Venezuela é “vítima de narrativa”.
Maduro, 60 anos, comanda um regime autocrático e sem garantias de liberdades fundamentais. Mantém, por exemplo, pessoas presas pelo que considera “crimes políticos”. Há também restrições descritas em relatórios da OEA (sobre a “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional ilegítima) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (de outubro de 2022, de novembro de 2022 e de março de 2023).
A maior parte dos deputados que assinaram o pedido é do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Sanderson também foi o autor do 1º pedido de impeachment contra Lula, apresentado em 26 de janeiro.
Fonte – Poder360