Classificando o Congresso como conservador, Arthur Lira deu mais uma sinalização de que ou a articulação política do governo Lula muda, ou o que está ruim poderá piorar bastante.
“Depois da semana passada de muita agonia, essa semana o governo começa a tentar se organizar e contará sempre com a boa vontade dos líderes da Câmara para conversar sobre [essa] estabilização. Lógico que depende mais do governo que do congresso nacional”, disse o presidente da Casa aos jornalistas Gustavo Uribe e Basília Rodrigues.
De uma só vez, Lira lembrou as derrotas do governo Lula, afirmou que só agora, em Junho, o governo começa a se “organizar” e que tudo depende deles, e não do esforço do parlamento.
O político alagoano ainda avaliou que o “combustível está acabando” e que a “Câmara está sub representada” na Esplanada dos Ministérios – numa alusão ao fato de que as vitórias de Lula passaram muito mais pelo prestígio de líderes da Casa com os colegas parlamentares do que pelo trabalho do próprio governo de consolidar votos.
Lira sempre dá o seus recados fazendo inúmeras ressalvas de que nada está sendo pedido em troca por ele ou pelo Congresso. E que as conversas são institucionais entre o presidente do Legislativo e do Executivo, sem entrara na política do dia a dia.
O presidente da Câmara também manteve a cantilena de que não pediu ministério algum, enquanto manteve as críticas fortes aos ministros responsáveis pela articulação política.
“Nós sabemos que a dinâmica hoje é outra. Através das redes sociais, os parlamentares sofrem influência direta dos seus eleitores. A realidade fática de um Congresso de hoje não é igual ao de um Congresso de 20 anos atrás”, comentou.
Sobre Rui Costa, inclusive, Lira lembrou a infeliz frase dele sobre Brasília, dizendo que esse tipo de declaração não ajuda em nada. Ou seja, toda hora dizendo que não está cobrando nada, mas toda hora achincalhando o trabalho dos ministros de Lula.
Fonte – VEJA