[banner id=”50531″]
No Twitter Renan avisa, depois de dar mais uma “estocada” em Arthur Lira: “Faltam 580 dias”. É a contagem regressiva que ele faz para o fim do mandato do seu arqui-inimigo na presidência da Câmara dos Deputados.
Nos últimos dias Renan atacou Lira por diferentes frentes. Lembrou que ele é acusado de violência pela ex-mulher, é acusado de calote na vida privada e corrupção na vida pública.
Lira, como sempre, termina reagindo e responde a Renan direta e indiretamente. “Já falei que o problema do senador Renan é psiquiátrico. Para ele será mais um processo na Justiça, e mais uma condenação”, disse Arthur Lira, ao Metrópoles.
Na briga cada vez mais rasteira, Lira teria pedido a demissão de Renan Filho do Ministério dos Transportes – o que ele nega.
[banner id=”50529″]
A disputa entre os dois ganha espaço considerável na mídia nacional e certamente terá desdobramentos locais, pressionando aliados importantes deles em Brasília e, principalmente, em Alagoas.
Quem ainda está com “um pé em cada canoa” está sendo convidado a escolher um lado. E não será uma escolha opcional. Ou fica no grupo de Paulo Dantas e Renan ou no de Arthur e JHC.
E até que a poeira baixe, decisões no STF, STJ, operações da PF, mudança de partidos, perdas de cargos e mesmo de mandatos poderão fazer parte do jogo bruto que Renan e Lira sabem jogar como poucos.
Quanto maior a artilharia que eles usam, maiores serão os danos colaterais que podem atingir aliados de todo tamanho. Do presidente da República a vereadores das menores cidades alagoanas.
Entenda a “briga”
Em texto desta semana, a Folha de São Paulo tenta explicar em 5 pontos a “rixa” entre Lira e Renan. Veja um resumo:
1) Qual a origem da disputa política entre Renan Calheiros e Arthur Lira? Os grupos de Renan Calheiros e Arthur Lira estiveram em lados opostos na política de Alagoas em todas as eleições desde 1998. Os dois são políticos de gerações distintas, mas se destacaram pelo protagonismo que conquistaram na esfera nacional, ocupando cargos de relevância no Congresso Nacional.
2) Como se deu a ascensão de Arthur Lira sob Bolsonaro? A ascensão de Arthur Lira na política nacional aconteceu no mesmo momento em que Renan Calheiros enfrentou o seu momento mais difícil.
[banner id=”49880″]
Sob a mira de processos no âmbito da operação Lava Jato, Renan submergiu no início do governo Bolsonaro. Em 2018, foi reeleito para o Senado apesar da onda que varreu do Congresso políticos tradicionais do MDB.
Lira também foi alvo da Lava Jato, mas se tornou um dos deputados federais mais influentes durante o governo Bolsonaro ao liderar o centrão. Com o apoio do então presidente, o bloco parlamentar formado por partidos como PP, PL e Republicanos se viabilizou como alternativa na Câmara ao grupo do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
No comando da Câmara, Lira turbinou o uso de emendas parlamentares, recursos do orçamento distribuídos de acordo com indicações de deputados e senadores, sem transparência e sem critérios claros para divisão do dinheiro. A manobra lhe rendeu ainda mais influência na Câmara.
3) Qual o cenário da disputa entre Lira e Renan no governo Lula? O embate entre Lira e Renan vive um acirramento sob Lula. Aliado do presidente, o senador alagoano tenta retomar o seu protagonismo no Congresso. Ao mesmo tempo, Lira tenta manter sua força política sob Lula.
A eleição de 2022 foi marcada pelo mais duro embate entre os grupos liderados com Renan e Lira em Alagoas. Além de Lula, Renan apoiou a reeleição do governador Paulo Dantas (MDB) e a eleição do seu filho, o ex-governador Renan Filho (MDB) para o Senado. Lira apoiou Bolsonaro, o senador Rodrigo Cunha (União Brasil) para o governo e Davi Davino (PP) para o Senado.
Os aliados de Renan saíram vitoriosos, mas a disputa foi apertada nas três eleições majoritárias. O presidente da Câmara mostrou força no Legislativo: foi o deputado mais votado do estado e ajudou o PP a eleger 4 dos 9 deputados federais de Alagoas. O MDB de Renan elegeu 2.
[banner id=”49187″]
Com a posse de Lula, Renan Filho se tornou ministro dos Transportes. Lira não emplacou nenhum aliado na Esplanada dos Ministérios, mas foi reeleito para o comando da Câmara com o apoio do PT.
4) O que fez escalar o embate nas últimas semanas? Em meio a derrotas do governo Lula na Câmara dos Deputados, Renan ampliou a artilharia em cima de Lira e tenta minar as tentativas do adversário de ampliar a sua influência no Congresso e no governo federal.
Na inauguração de uma creche em Rio Largo (AL) no domingo (28), Renan subiu o tom contra o adversário. No mesmo palco em que estava o prefeito Gilberto Gonçalves, o senador acusou o presidente da Câmara de lavar dinheiro de emendas em prefeituras alagoanas. Gonçalves é aliado próximo a Lira e teve sua gestão inundada por verbas de emendas.
[banner id=”48790″]
Nesta segunda (29), em uma rede social, o senador chamou Lira de caloteiro, o acusou de desviar dinheiro público e também de ter batido na ex-mulher Julyenne Lins.
De acordo com integrantes do Planalto, Lira enviou mensagens de que mudaria de postura em medidas de interesse de Lula. O recado foi lido no governo como uma pressão para que Lula substitua Renan Filho. Na noite desta terça, Lira negou que tenha pressionado pela substituição do ministro.
5) Há chance de um armistício entre Lira e Renan possibilidade de uma trégua nos embates é vista como remota por aliados de Lira e de Renan. Isso porque a eleição de 2026 deve consolidar o primeiro embate direto entre os dois políticos: ambos devem concorrer ao Senado —haverá duas vagas em disputa.
[banner id=”48785″]
Cacifado pela boa votação para deputado federal em 2022, Lira terá como trunfo um candidato ao governo forte: o prefeito de Maceió João Henrique Caldas (PL), o JHC. Do outro lado, a tendência é de nova candidatura ao governo de Renan Filho, que comandou o estado entre 2015 e abril de 2022.
A prévia para a disputa de 2026 será nas eleições municipais de 2024, quando aliados de Renan e Lira vão travar disputas pelas prefeituras dos 102 municípios alagoanos. Na capital, JHC é favorito à reeleição com o apoio de Lira. A oposição ainda não tem um nome definido para a disputa.
Fonte – Jornal de Alagoas
[banner id=”48582″]