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O apresentador da TV Globo, Marcos Mion, foi às redes sociais para se manifestar, demonstrando revolta por conta de uma fala recente do presidente Lula (PT), que disse que que pessoas com “deficiência mental” têm “problemas de desequilíbrio de parafuso”. A fala foi dada em uma reunião com ministros e governadores na última quarta (19).
“A OMS (Organização Mundial de Saúde) sempre afirmou que na Humanidade deve haver 15% de pessoas com algum problema de deficiência mental. Se esse número é verdadeiro, e você pega o Brasil com 220 milhões de habitantes, significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problemas de desequilíbrio de parafuso. Pode uma hora acontecer uma desgraça”, disse Lula, na ocasião.
Mion reclama que o discurso do petista carrega “preconceitos e estigmas” aos portadores de deficiência. O apresentador tem um filho de 17 anos que foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
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Marcos Mion afirma que “a comunidade autista segue sem 1 minuto de tranquilidade” e revela que ficou “chocado” com a fala do presidente. “O termo usado, já há muitos anos, é ‘deficiência intelectual’, e não ‘deficiência mental’, como o Lula usou. A gente tem que se policiar, tem que aprender e tem que se adequar. Lula se refere a essas pessoas dizendo que ela têm problemas de desequilíbrio de parafuso. Isso é só pejorativo e também incentiva outras pessoas a continuarem usando esse termo”, afirmou o apresentador do programa “Caldeirão com Mion”.
Mion acrescentou, no mesmo post, sobre a necessidade de difundir informações corretas sobre o tema para o maior número de pessoas: “A gente está aqui lutando pela aceitação, conscientização e normatização de todas as condições, noite e dia, e aí imagina uma pessoa sem informação, olhando para o seu filho com deficiência intelectual e perdendo as esperanças… Se o presidente diz que ele tem parafuso desequilibrado, para que eu vou continuar lutando?”.
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Marcos Mion também questionou a maneira como o presidente relacionou os recentes ataques vistos em escolas e as pessoas com deficiência intelectual. “Irresponsavelmente, a fala dele liga deficientes intelectuais diretamente aos casos de violência que infelizmente temos visto acontecer. Isso é um absurdo, pois não há qualquer comprovação. Como pai de um autista, eu me sinto atingido”, lamentou.
Militante ativo na luta por direitos das pessoas portadoras de autismo, o apresentador conseguiu aprovar no Senado, em 2020, a Lei Romeo Mion — em referência ao nome de seu filho —, mecanismo que criou a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), documento emitido de forma gratuita, sob responsabilidade de estados e municípios.
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