Foi durante uma audiência pública para tratar da relocação de vendedores ambulantes que o deputado estadual Tarcizo Freire (PP) ofendeu duas mulheres na Câmara de Vereadores de Arapiraca. Quem estava presente ouvia em ‘silêncio’ as ofensas e insultos do parlamentar contra a assistente social Lidiane Paes e a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rosa Lira.
Tudo começou quando o deputado disse que estava defendendo os interesses do povo e se posicionou de forma contrária aos argumentos da assistente social.
A assistente social disse que ainda não poderia ser liberada a venda de bebidas alcoólicas em espaços públicos, por causa do cumprimento de leis.
Exaltado, Tarcizo Freire disse que Lidiane e Rosa faziam parte de uma corja. Em outro momento, o parlamentar disse que a servidora “não prestava” e que tinha ódio no coração.
“Você tem que ter mais amor, fé em Deus, mais boa vontade. Senti a maldade dessa jovem. Acho que nem mãe ela é, porque se fosse mãe, não trataria um filho dessa forma. Gente ruim. Você está na profissão errada”, disse.
Em pé, o parlamentar disse que “nasceu com o cunhão roxo e que não abre para ninguém”.
Ao lado dele, Rosa Lira estava chorando e saiu em defesa da servidora, dizendo que o parlamentar foi insensato e havia passado dos limites. Entretanto, Rosa era interrompida ao falar.
“Foram todos omissos”
Ao Eufemea, Rosa contou que o que causou choque e espanto foi a mudança repentina de humor do deputado, além do tom que ele passou a usar.
“Ele teve uma fala misógina e de forma deselegante através de uma comunicação violenta, buscou intimidar a servidora”, ressaltou. Rosa cita a parte que o deputado disse: “Você tem ódio no coração, Nem Mãe ela é, gente ruim”.
Segundo a secretária, “todas as cenas degradantes foram assistidas em silêncio por toda nossa equipe e pelo público presente, incluindo parte dos vereadores”.
“O deputado no momento da minha fala me interrompeu com um discurso de ódio e me agredindo, ameaçando e ampliando sua para os demais servidores municipais presentes, nos denegrindo com as seguintes expressões “hipócritas e corjas”, enfatizou.
Ao Eufemea, Rosa disse que o ato de machismo de Tarcizo não veio apenas dele, mas da presidência da Câmara e demais vereadores presentes que se calaram. “Eles foram omissos”, comentou.
Após esse ocorrido, Lidiane e Rosa vão entrar com uma representação criminal contra o parlamentar no Ministério Público Estadual e pedirão para que haja apuração da conduta do deputado pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de Alagoas.
Fonte – Cada Minuto