A morte prematura do prefeito Rogério Teófilo não só mudou o destino das eleições deste ano em Arapiraca como dará novo rumo ao pleito de 2022 em Alagoas.
Qualquer que seja o desfecho do imbróglio envolvendo a candidatura de Luciano Barbosa e os caciques do MDB de Alagoas, a ruptura entre o governador e seu vice é irreversível.
O centro da discórdia é a disputa ao Senado em 2022 e o vice-governador seria o avalista do projeto Renan Filho de se eleger senador na única vaga hoje ocupada por Fernando Collor.
Sem o apoio de seu vice – na condição de governador-tampão – Renan Filho corre o risco de repetir o fiasco de Guilherme Palmeira na eleição de 1996, quando foi derrotado por Fernando Collor, e do próprio pai no pleito de 1990, quando Renan perdeu o governo para Geraldo Bulhões.
Em ambos os casos a atuação do vice foi decisiva. José Tavares – governador-tampão – rompeu com a candidatura de Guilherme e passou a apoiar Fernando Collor, que ganhou a eleição. Moacir Andrade, vice de Collor, assumiu o governo, brigou com Renan Calheiros e deu a vitória a GB.
Resumo da ópera: se Luciano Barbosa perder a eleição, sucederá o governador e certamente vai trabalhar para derrotar Renan Filho na disputa ao Senado. Se Luciano virar prefeito, renunciará ao cargo de vice-governador e o possível adversário de Renan Filho será o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, que o sucederá no governo.
É a maldição do vice que se repete ao longo da história.
Fonte – Extra