Com a aproximação das convenções partidárias para o início da campanha eleitoral na segunda quinzena de setembro, os partidos intensificaram os diálogos pela definição de quem serão os ‘vices’ dos pré-candidatos à Prefeitura de Maceió. O ‘vice’ é sempre fruto de composição política, seja para ampliar o grupo ou para que o candidato consiga alcançar uma fatia do eleitorado que ainda não tem. Em jogo, há também outros interesses que envolvem desde recurso para o financiamento da campanha até mesmo o tempo de televisão ou a imagem da chapa.
P or enquanto, na corrida eleitoral de Maceió, apenas o pré-candidato Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) já tem o vice anunciado. A candidatura conta com os apoios do governador Renan Filho (MDB) e do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (sem partido). Como o candidato já é do MDB, coube ao prefeito Rui Palmeira – pela composição – indicar o vice: o ex-secretário municipal Tácio Melo (Podemos).
Porém, segundo informações de bastidores, há nomes ligados ao MDB que não aceitam Melo, como o senador Renan Calheiros, em função de críticas à ele feitas pelo ex-secretário no passado. Outro problema enfrentado por Alfredo Gaspar tem sido a consolidação dos apoios. O grupo ainda briga para manter o PSD e o Democratas dentro da chapa.
O Democratas de José Thomaz Nonô – atual secretário municipal de Saúde – dialoga com o pré-candidato e deputado estadual Davi Davino (PP) e com o pré-candidato e parlamentar federal João Henrique Caldas, o JHC (PSB). Nonô já deixou claro que a aliança de Rui Palmeira com Renan Filho não incluiu o Democratas e que o partido ainda vai discutir qual será o seu caminho.
O mesmo ocorre com o PSD que tem sido sondado por outras chapas. No grupo político de JHC há uma “confusão” para a indicação do vice. O deputado federal tem o PSDB como um dos aliados por conta do acordo fechado com o senador tucano Rodrigo Cunha. Porém, a presidente municipal do ninho tucano, a deputada federal Tereza Nelma, quer ser a responsável pela indicação do vice.
Vários nomes foram apresentados como Adriana Toledo, Maria Tavares e Teca Nelma. Todavia, JHC está relutante com uma indicação do PSDB. Isso tem causado uma disputa interna entre Nelma e Cunha. O PSDB de Maceió – por meio de nota – já chegou a ameaçar o lançamento de uma candidatura majoritária rompendo a aliança com o PSB, mas essa é uma possibilidade remota.
O fato é que mesmo que o PSDB indique o vice da chapa de JHC, o deputado federal não terá o apoio de alguns importantes nomes da legenda. Os deputados estaduais Cibele Moura e Dudu Ronalsa já hipotecaram apoio a Davi Davino. Davi Davino – por sua vez – possui o apoio do PRB e do Solidariedade. O PSL também pode marchar ao lado do deputado estadual e pré-candidato.
Atualmente, dois dos nomes cotados para ser o vice é o médico Emanuel Fortes (PSL) e Gaby Ronalsa (Democratas) – irmã do deputado Dudu Ronalsa – caso a agremiação decida apoiar Davino. No campo da esquerda mais tradicional, PT e PSOL podem se unir em torno de uma única candidatura, o que contraria a militância psolista. O nome do PT para a disputa é do ex-vereador Ricardo Barbosa. Caso se confirme a aliança, o PSOL indicaria o vice. Em relação aos demais candidatos, há a possibilidade grande de chapas puro- -sangue.
DIREITA
Dentre as possibilidades de chapas puro-sangue está a candidatura do Patriotas, com Josan Leite. O pré-candidato se coloca como sendo o único realmente de direita na disputa e – segundo ele mesmo – há hoje um diálogo na busca por uma composição para vice, mas como “não há negociação de princípios” é provável que seja uma chapa formada unicamente por nomes do Patriotas.
Fonte – Jornal das Alagoas