A greve dos Correios por tempo indeterminado, que começou na segunda-feira, teve a adesão de 70% dos funcionários, segunddo dados da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT). Alguns trabalhadores continuam em atividade, além de terceirizados contratados na pandemia.
Ainda não há negociação prevista com a empresa. A próxima assembleia está marcada para sábado (dia 22), às 18h.
Consumidores continuam preocupados com os efeitos da paralisação na entrega de correspondência, boletos e encomendas feitas pela internet, que aumentaram bastante com o isolamento social devido ao coronvírus.
Grávida de cinco meses, Thamires Barbosa, de 27 anos, teme o atraso dos Correios na entrega de itens do enxoval da filha.
Ela optou pelas compras on-line por pertencer ao grupo de risco da Covid-19, mas considera ter que recorrer às lojas físicas, no Rio, para driblar possíveis atrasos na entrega.
— Uma encomenda minha já estendeu o prazo de entrega logo em seguida ao início da paralisação, sem que eu fosse notificada. Costumo buscar promoções em grupos de vendas nas redes sociais e ver se a loja é confiável, mas ainda não consegui comprar o berço da minha filha e, sendo um item essencial, ele não pode atrasar. Só que me dá um receio ainda maior caso tenha que ir à loja física, já que sete familiares meus contraíram a Covid. É uma situação complicada — afirma.
Moradora de Salvador, na Bahia, Jéssica Freitas, de 27 anos, lida constantemente com o atraso de correspondências e encomendas.
— Comprei um celular em uma loja on-line e o prazo de 40 dias úteis já foi vencido. As correspondências também costumam chegar bem depois do prazo e já tive problemas com encomenda extraviada. O serviço prestado já era muito precário antes da paralisação, imagino que ficará ainda pior com a greve — ressalta.
A maior queixa contra os Correios é a falha na entrega de correspondências. No Procon de São Paulo, as reclamações contra a estatal aumentaram 541% durante a pandemia do coronavírus.
As empresas que vendem com entrega pelos Correios são responsáveis por encontrar outra forma para que os produtos sejam entregues no prazo contratado.
As empresas que enviam cobrança por correspondência postal são obrigadas a oferecer outra forma de pagamento que seja viável ao consumidor.
Além de ser contra a privatização dos Correios, o movimento quer discutir benefícios como o auxílio-alimentação e o desconto relativo a este pagamento. Mudanças que a empresa quer implementar representariam R$ 4.800 a menos para cada trabalhador ao fim de um ano inteiro, segundo o sindicato da categoria.
Além disso, os funcionários protestam contra a possível redução do tempo de licença-maternidade de seis para quatro meses; o fim do pagamento de férias-bonificação e de auxílio para colaboradores com filhos deficientes; e a diminuição da idade limite para auxílio-creche de 7 para 5 anos.
Fonte – Jornal de Alagoas