Após mais de seis meses de negociações, a federação partidária entre PP e União Brasil será formalizada hoje em Brasília, em um evento no Congresso. Com a união, os dois partidos se tornarão a maior força do Legislativo, reunindo mais de 100 deputados e 14 senadores.
A futura federação também terá direito aos maiores repasses de verbas públicas para financiar campanhas e o funcionamento das siglas. Contudo, a união já enfrenta uma crise em seu início. A negociação da federação PP-União Brasil previa um sistema de rodízio na presidência após a formalização. O acordo inicial para que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) assumisse a primeira presidência foi desfeito.
Em vez de Lira, o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, deve assumir a primeira presidência da federação. Rueda está à frente do partido desde o afastamento de Luciano Bivar, que se desentendeu politicamente com Rueda após perder a eleição para a liderança do partido em 2024.
Após o mandato de Rueda, cuja duração ainda não foi definida, Lira assumiria a liderança do bloco parlamentar. Esse acordo, no entanto, gerou insatisfação em Lira e foi articulado pelos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, com quem Lira tem um histórico de tensões. No auge da crise, Lira chegou a ameaçar deixar o PP.
As federações partidárias, um modelo introduzido na legislação eleitoral em 2021, consistem na união de duas ou mais siglas que passam a operar como uma única entidade por um período mínimo de quatro anos. Essa união implica um alinhamento das siglas durante as campanhas eleitorais, exigindo que a federação atue de forma unificada nas disputas, definindo em conjunto as candidaturas que representarão a aliança.
A formação dessas alianças pode trazer vantagens financeiras para os partidos, pois as regras eleitorais determinam que os resultados eleitorais dos partidos integrantes de uma federação sejam somados para fins de cálculo da cláusula de barreira.