Roma amanheceu em silêncio nesta sexta-feira (25), mas o silêncio era de reverência. Entre chefes de Estado, fiéis e líderes religiosos de todo o mundo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou na capital italiana para prestar sua última homenagem ao papa Francisco, que morreu na última segunda-feira (21), aos 88 anos.
Acompanhado da primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, o presidente ficará hospedado na residência oficial da Embaixada do Brasil em Roma durante a estadia. A despedida oficial ao pontífice acontece no sábado (26), data do sepultamento.
Francisco, o primeiro papa latino-americano, deixa uma marca histórica e espiritual difícil de mensurar. Reconhecido por sua postura acolhedora, sensível às dores sociais e firme diante das injustiças, foi uma voz dissonante em tempos de endurecimento global.
Na segunda-feira, logo após a confirmação da morte, Lula decretou luto oficial de sete dias no Brasil. Em sua manifestação pública, destacou o legado humanista do papa. “A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos”, afirmou.
Enquanto o mundo se prepara para o adeus, Roma se torna novamente palco de um momento que ultrapassa a fé e alcança a política, a diplomacia e a memória coletiva. A presença de Lula, representando o Brasil, é mais do que um gesto institucional: é o reconhecimento de que Francisco foi, para muitos, um líder espiritual que falou a linguagem da paz em um tempo de ruído.