
O funeral do papa Francisco, morto aos 88 anos, está previsto para ocorrer no próximo sábado (26), em Roma, e deverá reunir cerca de 200 chefes de Estado e de governo de diferentes partes do mundo. A data ainda depende de confirmação oficial do Vaticano, que aguarda o início das reuniões dos cardeais nesta terça-feira (22) para dar início às cerimônias de despedida e ao processo do conclave.
Entre os líderes já confirmados para a cerimônia estão os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Donald Trump (Estados Unidos), Javier Milei (Argentina), Emmanuel Macron (França), além do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro português, Luís Montenegro. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também estará presente.
O plano de segurança para o evento é um dos mais rigorosos já elaborados pelas autoridades italianas. Espera-se que mais de 1,5 milhão de fiéis passem por Roma nos próximos dias, sendo ao menos 300 mil pessoas somente para acompanhar a missa fúnebre na Praça de São Pedro. Para efeito de comparação, o funeral de João Paulo II, em 2005, reuniu cerca de 3 milhões de pessoas ao longo de seis dias, sendo 500 mil no dia da cerimônia principal.
O corpo de Francisco, que está sendo velado na capela da Casa Santa Marta, deverá ser transferido na quarta-feira (23) para a Basílica de São Pedro, onde os fiéis poderão prestar suas últimas homenagens.
As forças de segurança já blindaram o entorno do Vaticano, com bloqueios em acessos públicos e controles rigorosos para entrada na área da Praça de São Pedro. A movimentação de peregrinos, que já era intensa por causa do Jubileu da Igreja, evento que ocorre a cada 25 anos, se intensificou com a notícia da morte do pontífice.
O governo italiano nomeou Fábio Ciciliano, dirigente da Proteção Civil, como comissário extraordinário para coordenar os esforços logísticos e de segurança. Estações ferroviárias e aeroportos de Roma também ativaram planos especiais para os próximos dias.
Segundo boletim médico divulgado pelo Vaticano, Francisco morreu em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) e de insuficiência cardíaca. O atestado de óbito, assinado pelo médico do Vaticano Andrea Arcangeli, indica que o papa entrou em coma e sofreu um colapso cardiorrespiratório irreversível às 7h35 no horário local (2h35 de Brasília), na segunda-feira.
O papa enfrentava problemas de saúde nos últimos anos. Tinha um histórico de insuficiência respiratória aguda, pneumonia bilateral, múltiplas bronquiectasias, hipertensão e diabetes tipo 2. Sua última e mais longa internação teve início em 14 de fevereiro deste ano.
Francisco, eleito em 2013, foi o primeiro papa latino-americano da história e deixa um legado marcado por um papado progressista e voltado para os temas sociais, ambientais e de inclusão.