
O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), decidiu deixar o cargo para disputar novamente o governo de Alagoas nas eleições de 2026. A informação foi divulgada pela revista IstoÉ e confirmada por interlocutores próximos ao ministro. Segundo a publicação, Renan já comunicou sua decisão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e deverá se desincompatibilizar no prazo legal exigido pela Justiça Eleitoral.
Com a saída, Renan deve reassumir o mandato de senador, hoje ocupado pelo suplente Fernando Farias, e se apresentar como principal nome do grupo político liderado pela família Calheiros para retomar o controle do Executivo estadual. A movimentação, no entanto, amplia as dificuldades do Palácio do Planalto em construir um palanque unificado em Alagoas.
Lula tenta reunir, em uma mesma frente, MDB, PT, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o prefeito de Maceió, JHC (PL), que recentemente se distanciou do bolsonarismo e tem buscado aproximação com o governo federal. No entanto, a antiga rivalidade entre os Calheiros e Lira segue como obstáculo a esse arranjo.
Segundo a IstoÉ, o presidente Lula demonstrou simpatia pela candidatura de Renan Filho ao governo, mas também sinalizou apoio a uma eventual postulação de Lira ao Senado, em um cenário em que duas vagas estarão em disputa. Isso, porém, colide diretamente com os interesses da família Calheiros: o atual senador Renan Calheiros (MDB), pai do ministro, já está em campanha pela reeleição e rechaça qualquer composição com o líder do PP.
O cenário também envolve o prefeito JHC, que teria iniciado conversas com os Calheiros para compor uma chapa majoritária ao lado de Renan Filho, ocupando a segunda vaga ao Senado. Em um gesto de aproximação, o governo Lula estaria avaliando apoiar a indicação da tia do prefeito, a procuradora Marluce Caldas, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Enquanto isso, dentro do próprio PT, a movimentação de Lula encontra resistência. O deputado federal Paulão (PT-AL), que já se lançou como pré-candidato ao Senado, cobra coerência partidária e reafirma seu nome como representante da legenda na disputa.
Com a saída de Renan Filho do ministério e a nova composição eleitoral ainda indefinida, o tabuleiro político alagoano segue em ebulição — e os próximos movimentos do Planalto serão decisivos para a formação das alianças rumo a 2026.