O mistério em torno da morte da pequena Ana Beatriz, que desapareceu na última sexta-feira (11) no povoado Eusébio, em Novo Lino (AL), ganhou contornos ainda mais trágicos com as declarações contraditórias da própria mãe. Eduarda Silva de Oliveira, de 22 anos, deu duas versões diferentes à polícia sobre como a filha, de apenas 19 dias, morreu.
De acordo com a Polícia Civil de Alagoas, Eduarda inicialmente afirmou que a bebê teria se engasgado durante a amamentação e que ela não conseguiu reanimá-la.
“Ela começou dizendo que estava amamentando a criança, a criança teria tido um engasgo e ela teria tentado reanimar a criança e não teria conseguido”, relatou o delegado Igor Diego, durante coletiva realizada nesta terça-feira (15).
No entanto, essa versão foi posteriormente alterada. Em novo depoimento, a jovem confessou ao delegado regional de Novo Lino, Paulo Cerqueira, que a bebê não dormia há dias e chorava bastante. Ela reclamava do barulho de um bar em frente à residência, que impedia o descanso da criança. Pressionada pela situação, Eduarda admitiu ter usado um travesseiro para sufocar a filha.
O corpo de Ana Beatriz foi encontrado dentro de um armário da casa onde morava com a mãe, enrolado em um saco plástico. A perícia inicial não apontou sinais visíveis de violência. A causa oficial da morte será determinada pelo Instituto Médico Legal (IML) e o Instituto de Criminalística (IC).
Eduarda será formalmente interrogada e deve responder por ocultação de cadáver e homicídio ou infanticídio — crime previsto quando o assassinato de um recém-nascido ocorre sob influência do estado puerperal. A polícia também investiga se há envolvimento de outras pessoas.