O deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) pediu desculpas nesta quarta-feira (10/4) por ter declarado, em sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara, que “queria que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) morresse”. A fala, feita na véspera durante a defesa de um projeto que visa desarmar a guarda presidencial, gerou forte reação de parlamentares e levou a Advocacia-Geral da União (AGU) a solicitar que a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) investiguem o caso.
No plenário da Câmara, Gilvan admitiu ter “exagerado” e disse que aprendeu com o pai a importância de reconhecer os próprios erros. “Um cristão não deve desejar a morte de ninguém, então eu não desejo a morte de qualquer pessoa. Reconheço que exagerei na minha fala. Peço desculpas”, afirmou.
Apesar do pedido de desculpas, o deputado manteve sua crítica ao presidente Lula. “Continuo entendendo que Luiz Inácio Lula da Silva deveria estar preso e pagar por tudo que ele fez de mal para o nosso país”, disse.
A declaração polêmica foi feita na terça-feira (9/4), durante debate sobre o projeto de sua relatoria que trata do desarmamento da guarda presidencial. “Por mim, eu quero mais é que o Lula morra. Eu quero que ele vá para o quinto dos infernos. É um direito meu. Nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer. Tomara que tenha uma taquicardia”, afirmou o parlamentar à época.
A proposta foi aprovada na comissão por 15 votos favoráveis, oito contrários e uma abstenção, e seguirá para análise na Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara.
Reações e possíveis sanções
As declarações provocaram forte reação entre parlamentares da base governista. O deputado Kiko Celeguim (PT-SP) e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), pediram que a PGR investigue Gilvan por ameaça, incitação ao crime e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Segundo os parlamentares, o deputado se excedeu “gravemente no exercício de sua imunidade parlamentar”.
Além das ações no Ministério Público, o Partido dos Trabalhadores deve protocolar uma representação contra Gilvan da Federal no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que poderá avaliar possíveis sanções disciplinares ao parlamentar.